por Flávia L. Costa
INTENSO, esta é a característica mais ressaltada em Cazuza – Pro dia nascer feliz, o Musical,
que estreou em São Paulo em 18 de julho. Emílio Dantas e Osmar Silveira
se revezam no papel principal e dão vida ao personagem com maestria de
maneira a nos deixar enganados muitas vezes pela semelhança como compõem
seu personagem.
Ele
retrata a vida do cantor-poeta-compositor Agenor de Miranda Araújo
Neto, o Cazuza, falecido em 7 de julho de 1990, aos 32 anos, por um
choque séptico causado pela Aids. Em pouco mais de duas horas de
espetáculo, dividido em dois atos, pinceladas dos fatos mais marcantes
da vida do artista foram retratadas. A obra de autoria de Aloísio de
Abreu e direção de João Fonseca (Tim Maia - Vale Tudo, o Musical) é
contada através das músicas do cantor em ordem cronológica, sem ser
maçante.
Os
altos e baixos da curta, porém, rica trajetória da carreira de Cazuza
também não foram omitidas, nem romanceadas. A estória é narrada pela
mãe, Lucinha Araújo (representada por Susana Ribeiro) que inicia o
primeiro ato conversando sobre o filho com o marido João Araújo (Marcelo
Várzea).
A
origem do apelido famoso do cantor foi criado por seu pai, quando o
filho ainda nem havia nascido. Há que falar-se que melhor apelido não
haveria de ter, o cantor se enquadra perfeitamente na definição muito
usada no nordeste, “moleque”. Cazuza, como ficou então conhecido, nunca
deixou de ser um moleque, fazia o que lhe dava vontade; era filho único
em uma família de classe média alta, “venerado” pela mãe que não
conseguia por-lhe freios. Teve uma vida curta mas bem vivida.
O
espetáculo retrata desde a adolescência do cantor na década de 70 ao
início da vida adulta, os conflitos comuns da idade, o uso de drogas, a
relação de amor e ódio com sua mãe protetora, o curto período em que
morou no exterior, o curso de fotografia, o grupo de teatro. Cazuza
compôs músicas, escreveu poesias, foi um dos integrantes de uma das
bandas mais famosas no país, o Barão Vermelho, teve uma vida amorosa
agitada (sendo confessadamente bissexual), levava uma vida boêmia, fazia
uso de drogas e álcool.
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